quarta-feira, setembro 28, 2005

LETTRE D´AMOUR I

São Paulo, 23 de julho de 2005.
sábado 10:30h

Hoje acordei calmo, a noite que passou levou com ela toda dor. Não, foi o dia que surge lembrando-me que a dor não há. Necessito abrir a janela, e ao contrário da noite, não olho para as lágrimas que caem, a luz volta meu olhar em direção ao azul desse dia quente a camuflar o inverno. Eis o melhor remédio, a luz.
Não é o momento de partir, os dias passam lentos, e mesmo assim não reconheço a imagem no espelho, cadê o sorriso espontâneo? Vejo olhos tristes e avermelhados. Encontrando a melhor forma de chorar, cubro o rosto, ouço meu coração, a sua sintonia traz a calma. Novamente olho para o espelho e não me vejo, vejo você refletindo sua nudez a rir-se pra mim, aguardando aquele elogio, que nos fez renascer e descobrir um ao outro. O espelho nunca mentiria, e naquele dia ele revelou o que há de mais belo e puro, e aquele setembro jamais partiu de minhas lembranças.
Aprendi por muitas vezes que tudo passa, passará e somente o que é bom permanece, e recordamos para vivê-lo. Não posso privá-la de sentimentos e emoções, não sou capaz de controlar em mim nada! Sou Ridículo!
Hoje você esta mais madura, sua beleza mais ativa, encanta tudo. O amadurecimento não vem sem experiências, você tem hoje estatura e força no momento em que minha alma envelheceu e o abismo obstruído por minha determinação sucumbiu.O que me salva, o sempre me encantou, seu sorriso! Que me faz querer beijá-la nos cantos de seus lábios e dizer o qual importante medida vale a metade, e se essa metade de amor que sinto for retribuida, como serei feliz!.
Quero de volta o setembro, o maio e o fevereiro. Quero perder todos os invernos tristes que aguardo, para viver todos os meses e estações junto a ti. O sol revelando o dia e a noite para admirá-la e não temê-la.
A vida desprovida da morte gera o desespero e causa o suicídio, aprendi isso cedo e por isso vivo cada instante para eternizá-lo, pois a vida somente vale algo se depois dela, inda teremos filhos.
O que será mais belo do que juntos, descobrirmos novas palavras? Palavras que somente hoje traduzem aquele setembro, ou melhor! Aquele beijo na praça, quando você segurou minha mão pela primeira vez.

O Livramentense